“.......Fui criado num ambiente hostil. Um pai rígido, uma mãe submissa ás ordens do chefe da casa. Não tive pequenos gestos. Abraços e beijos nunca fizeram parte da relação com os meus pais. A minha educação foi na base do medo. Cresci com medo do meu pai. Quando ele morreu, em 1984, quando eu tinha apenas 16 anos, eu não entendi o exatamente o que significaria a... sua morte na minha vida. Continuei um menino medroso, carente, assustado com o novo, tentando fazer de tudo para chamar atenção. Afundei na escola. Reprovei dois anos na mesma série. Meu comportamento envergonhou a minha mãe. Até que um dia, depois de ela ter sido chamada pela direção do colégio e ouvir poucas e boas a meu respeito, ele voltou para casa chorando e me disse: “ Eu não mereço isso que estou passando. Senti vergonha de ser tua mãe. Teu comportamento na escola está me envergonhando. Não mereço isso”. Suas palavras foram ditas num tom suave. Minha mãe nunca desistiu de mim e nem dos meus irmãos. Mas aquele momento, era a gota d'agua para ela em relação as minhas atitudes na escola. Suas lágrimas me tocaram fundo. Eu precisava mudar, crescer, evoluir, parar de agir como uma criança. Foi neste momento que eu descobri de fato, o que era a vida e o que me esperava pela frente. Precisava ser forte, corajoso, persistente, interessado. Se não fosse assim, eu não chegaria a lugar algum. As lágrimas da minha mãe me fizeram refletir sobre isso. E a partir daí, mudei, e encarei a vida e passei a fazer outros tipos de escolhas. Eu não precisava provar nada para minha mãe e nem para ninguém. Era para mim que eu precisava provar....”
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