A minha vida é feita de pequenas vitórias. Deus me deu, ao longo dos meus 43 anos, muito mais do que eu mereço. Por essa razão, é que me dedico tanto ao seu projeto. Mesmo assim, talvez, não me dedique tanto quanto ele merece. Para mim, ser catequista não é um fardo, mas uma obrigação. Participar de retiros e encontros, ser integrante de grupos de formação, palestrar aqui e ali quando sou convidado é o mínimo que eu posso fazer para retribuir o imenso amor que Deus tem por mim.
Sinto-me amado por Ele sempre, até mesmo nos momentos de maior tristeza pelos quais passei em minha vida. Foi assim aos 16 anos, quando perdi meu pai. Naquela ocasião, os amigos de escola foram o sinal da presença de Deus em minha vida e ajudaram a diminuir a dor da perda. Também foi assim quando perdi minha mãe em 2007. Ver meus amigos foi o maior presente que Deus podia ter me dado naquela hora. Em cada abraço, em cada palavra de apoio, em cada e-mail recebido, Deus manifestava o seu imenso amor. Senti-me confortado, embora a dor da perda de uma mãe. Recentemente, perdi minha irmã, com apenas 49 anos. Ela foi mais uma vítima do câncer na minha família. Novamente, Deus tratou de me confortar, me afagar e me socorrer, acalmando o meu coração e me fazendo aprender que precisamos estar atentos às perdas. Mesmo que minha vida seja feita de pequenas vitórias diárias, percebo que são as agruras, os desertos, as bofetadas que a vida tem me dado que me ensinam mais e mais sobre a existência.
É triste perder pessoas que amamos. É triste perder amigos e familiares. Tenho perdido muitas pessoas nos últimos anos. Confesso que não estava preparado, e isso dói. A dor é terrível. No entanto, mesmo nessas situações, ouço a voz de Deus me dizendo para prosseguir a jornada, refazendo caminhos, olhando e avaliando a minha própria existência. Parece óbvio o ditado: para morrer, basta vivo. Sim, isso é óbvio. Entretanto, para estar vivo é preciso muito mais do que apenas viver cada dia. E é isso que Deus insiste em me dizer a cada derrota sofrida em meio a pequenas vitórias que ele me dá. “Viva cada dia. Agradeça a Deus pelo Dom da vida. Respeite as pessoas. Curta mais seus amigos. Não se entregue tanto ao trabalho e não seja escravo das coisas materiais e do dinheiro. Ame sua família. Construa relações saudáveis. Esteja sempre pronto para servir. Não se esqueça dos menos favorecidos. Não olhe apenas para o seu próprio umbigo. Aprenda a elevar os outros e não a diminuí-los. Não se esqueça de orar e agradecer por tudo, mas por tudo mesmo.” Esses parecem ser os recados que Deus me dá diariamente.
É duro aprender com a dor. Tem sido assim comigo. Muitos aprendizados.
Mas quem reconhece e vibra com as pequenas vitórias, nem sempre visíveis, que Deus nos proporciona diariamente, não pode se deixar abater pelas dificuldades que se apresentam. Talvez esse seja o maior segredo da vida e da relação com Deus: agradecer, agradecer e agradecer, mesmo na adversidade, sempre agradecer. Estou aprendendo, diariamente, a compreender que a vontade de Deus é a que importa, e nem sempre o que Ele quer para mim é o que eu desejaria para minha vida.
Pode até parecer difícil, mas é muito simples a relação que Deus tem com cada um de nós. Aprenda a reconhecer as pequenas vitórias que se apresentam na sua existência diariamente. Com isso, aprenderás também a reconhecer que as pequenas derrotas, os momentos difíceis, são pontes que Deus usa para que possamos nos fortalecer.
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